segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CHUVA DE ABATE


1986.  Caxias/RJ.Força tarefa do exército brasileiro no combate a dengue.
Entre as árvores da mata densa, eu às 16:50 h aos berros a procura dos soldados para o retorno ao quartel.
Cansado e com muita raiva parei, e de repente, do céu me veio a resposta da árdua procura. Hum, dois, três, quatro. Nossa!!! Todos os sacos de inseticida do infeliz que estava dormindo na árvore caíram em mim. Gritei o mais alto que pude:
-SOLDADO!! PREGUIÇOSO, SEMENTE DO MAL , IMAGEM DO CÃO!!!!!! ##%!&$## acorda e já desce pagando 30 flexões e 100 cangurus. O susto do periquito foi tão grande que além de acordar o miserento também caiu da árvore.Veio se agarrando entre os galhos e ainda quase se esborrachou em cima de mim.

-Sim senhor cabo! Sim senhor!
 Essa merda me custou um pernoite com toda a minha equipe no quartel, pois todo o grupo (30 viaturas, mais de 300 sd. e mais oficias e sargentos) chegaram ás 20:00h nos seus quartéis pelo ocorrido com minha equipe.
Como foi o meu pernoite? Imagine...
Pra compensar o dano e diminuir a raiva...
-Sentado um dois! Eu gritava com todo ódio que podia.
- Três quatro! Chuva de abate nunca mais! Respondiam os justos e os pecadores do fato.
-De pé um dois! Filhos do cão! Sementes do mal!
- Três quatro! Chuva de abate nunca mais!
-Sentado um dois!
- Três quatro! Chuva de abate nunca mais!
Total da peleja após uma hora empurrando o chão sentando e levantando:
10 bundas calejadas, 40 braços inchados de tanta flexão e pernas só para pôr as calças, porque para andar, naquela noite não serviam mais, de tanto canguru que pagaram.

Essas lembranças vão levar para o resto de suas vidas. Isso eu garanto.

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