quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O sucaneiro e o cão boqueteiro


Acho que tô ficando tonto!
Estamos de volta com mais uma história da vida real, em particular, da vida de mais um  sucaneiro mata mosquito sofredor!  Mas feliz!
Ha! A propósito, esta foto ai ao lado é para ilustrar a situação do sucaneiro numa sexta feira a tarde, após o expediente ,dia de pagamento. A cara é de quem inconsequentemente tomou todas no boteco da esquina e caiu na real de que quando chegar em casa a porrada vai estancar porque a pobre da mulher já ligou pra todo mundo pra saber aonde está o pinguço que prometeu voltar cedo pra pagar as contas e fazer compras.

Já lá pelas tantas, quando o beberrão sabe que não tem outro jeito senão voltar pra casa e enfrentar a fera ele se despede da rapaziada dizendo com a língua enrolada:
_Tô indo bando de irresponsáveis vou embora porque minha bexiga ta quase estourando!
Um outro amigo escraxa:
Socooorro! Acho que vou Morree!
_Também você tomou tudo que tinha direito e ainda não foi no banheiro! Deve sair igual a mangueira de lava jato.
Gargalhadas pela piada sem graça ecoou pelo boteco. Tudo era motivo de riso por causa da manguaça.
Fui! Exclamou o pudim de cachaça.
No caminho, com muita dor na bexiga e já gemendo de tanta dor , o infeliz resolve descarregar o líquido inflamável, já filtrado no seu organismo. Falou consigo mesmo:
AAAI! Num tô aguentando quero mijar!Socorro.
Carai! To todo mijado!
Nesse momento, o desesperado  entra cambaleando num matagal desconhecido, já com sua calça molhada, tentando desesperadamente achar o zíper, que insistia em não ser achado pelo cara, causando ainda mais terror na vítima. Ele urrava feito cachorro louco:
Huuurrr! Merda! Huurrr! Cadê este zíper, cadê! Achei! Achei! Agora é só descarregar.
Xuaaaaaaa, Xuaaaa! Esguixava aquele pobre pinto latejando de tanta dor. Não sabia ele que sentiria ainda mais em pouco tempo.
O desespero do sucaneiro despertou a atenção de um cão vadio, que  era chutado  sempre o cara  o via. Naquele momento a fera também estava muito apertado e procurando o local no seu território onde gostava de descarregar sua urina. Ao chegar encontra seu algoz, justamente encharcando seu mictório particular e com muita raiva do mixão  pois reconheceu a figura logo que o viu e no seu inconsciente, supostamente irracional, processou:
Não acredito! É o safado do sucaneiro!
_ Rrrrrumm! Canálha! Rrrrrruuuumm! Covarde! Rrrrruuuummm!Agora voce me paga!
Latiu muito até resolver partir pro ataque! Latiu como se estivesse dizendo:
Au! Au! Vai se fú comigo agora pinguço! Au! Au! Vou te morder todinho até virar picadinho seu pinguço!
O sucaneiro desesperado e com o pinto esguichando e balançando pra todo lado tenta intimidar e zoar com a lingua enrolada o cão demônio:
Caaala a boca miseravél! Para de latir! Não tenho medo de você não ta sabendo? Tu não me conhece não? Tá com raiva porque? Só porque invadi seu território? Se chegar mais perto te dou outro chute heim! Aqui pra você hó! Balançou aquela linguiça murcha na frente do pitbull de baixa renda cheio de fome.
Aquela visão inusitada na frente do cão, aguçou seu espírito de vingança e sem perder tempo avançou com toda vontade no petisco oferecido:
_Nhac! Abocanhou a linguiça do sucaneiro como se fosse a última refeição do mundo e a morte viesse após o almoço. Gritos de dor e desespero:
AAAAAI Filho da....! AAAiiii! AAAii! Solta meu pinto seu cachorro maluco! Solta! Soltaaaaaaaiiiiii!
Saiu do meio do mato com aquele bicho agarrado na sua rola que já sangrava e já tinha aumentado alguns centímetros de tanto que o cão puxava para arrancar. Quem visse  de longe acharia que era um cão fazendo boquete em alguém e o boqueteado gozando de tanto que gemia e gritava.
Após muitos socos na cabeça do danado, finalmente largou, saltando para o lado e ficando a distância balançando o rabo com euforia apreciando o estrago que fizera.
O sucaneiro desnorteado, mixado,com a rola a mostra estraçalhada e com muito sangue
 sai gritando correndo tentando achar o caminho de casa:
_Meu pênis! Socorro meu pênis! Socorre por favor! Socorre!
Vizinhos e vizinhas saem pra ver o que tá acontecendo e se deparam com aquilo. Assustadas voltam correndo:
Perai gente deixa eu explicar!
_Meu Deus um tarado! Meu Deus!
Os maridos saem em proteção as esposas com pedaços de pau e tudo que encontram pela frente:
_ Pega o tarado! pega o tarado!
O sucaneiro resolve esquecer a dor e dispara, agora em linha reta, a caminho da sua casa.
Depois dessa o sucaneiro nunca mais maltratou animais nem tampouco fez xixi no mato.
É isso ai!









terça-feira, 5 de abril de 2011

O SUCANEIRO FEDERAL METIDO A RAMBO

SUPER RAMBO SUCAM TABAJARA
              Um sucaneiro marombeiro, metido a Rambo    
tirando onda com seus amigos diz:
_ Tenho muita facilidade em entrar nas casa por causa         
do meu porte físico! As pessoas quando me vêem ficam
com medo, porque já chamo com voz grossa e autoridade!
O valentão então dá exemplos:
_ HÔ DE CASA! SUCAM DA VIGILÂNCIA
 SANITÁRIA! ABRE AI !
_ Quando chamo assim, eles olham e quando veem minha cara feia logo deixam eu entrar! Gabou-se o Rambo.
Um amigo fracote desafia:
_ Tu é macho com agente e com morador bunda mole! Quero ver quando tu achar um mais valentão que você! Vai virar uma mocinha!
O Rambo aceita a afronta e diz:
_ Vamos juntos e você vai ver que comigo é na força ou na força! Quem não quiser eu baixo a porrada! .Brincou o valentão se referindo ao personagem maçaramduba dos cassetas.
No decorrer do dia, alguns guardas reclamavam que ninguem conseguia entrar em uma certa casa, porque o morador estava arredio e não queria a visita. Então lembraram:
_ Este é um trabalho para o SUPER RAMBO SUCAM TABAJARA! Clamou um brincalhãoda turma.
Chamaram o RamboTabajara, e ele após esculachar todos os amigos, declara como o pequeno Davi da Bíblia:
_ Quem é esse incircuncisso que se atreve a desafiar as forças federais do exercito da sucam?
_ É aquela casa ali  Rambo! Mostrou um debochado doido para ver o circo pegar fogo.
O rambo então começa sua investida contra o inimigo:
_ HO DE CASA! VIGILANCIA SANITÁRIA! SUCAM! ABRE O PORTÃO AQUI!
Um medroso da turma adverte:
Hô cara! Pega leve! Senão ai é que o cara não vai atender mesmo!
_ Vou entrar nessa casa ou não me chamo Rambo!
O morador atende o portão:
_ Você é louco meu irmão! Ta pensando que ta falando com quem ?
Pra sorte do Rambo o morador não era tão forte quanto ele. O que o deixou mais animado.
_ Bom dia chefia! Falou um pouco mais manso.
_ Não sabia que você trabalhava pra mim! falou o descontente morador.
_É só uma maneira de lhe mostrar respeito senhor!
_ Haa! Muito bom!
_ Vou entrar pra fazer o tratamento na sua casa! Determinou o Rambo. O que fez  ferver os nervos do morador.
Com um ar de poucos amigos o cara rebate:
_ Como é que é! Você vai entrar sem eu te dar permissão? Se sou teu chefia, to te dando folga hoje! Pode ir embora! Ameaçou fechar o portão.
Os amigos do Rambo do outro lado da rua caem na risada e avacalham:
_ HUUU! Passou vergonha valentão e agora?
_ O Rambo que nunca levou desaforo pra casa engrossa; Estufa o peito e olhando para o cara de cima para baixo dá o comando: 
_ Sai da minha frente porque vou entrar agora! Forçou o portão e entrou.
O morador reage com altivez: 
Nossa! Que homem brabo
_ Pirou de vez meu camarada?
Não tem medo de morrer não?
Você sabe quem eu sou?
_ Não sei e nem quero saber!
Fica quietinho ai valeu?
O morador dá um ataque de piriquita e começa a esbravejar:
_Sai daqui seu invasor!
_ Saio não! Vo não! Não adianta!
O morador grita:
_ Sai! Sai Sai!
O Rambo grita mais alto:
_ Não saio! Não saio! E não saio!
O morador declara sua profissão, já quase babando de tanta ira:
_ Eu sou polícia o cara e to doido pra arregaçar um hoje! Some! 
_ Polícia da onde? Falou debochadamente o Rambo.
_ Sou polícia civil cara! Já falei! Vaza! Vaza!
O Rambo não querendo ficar por baixo também deu carteirada em alta voz:
_ TU É POLICIA? TU É POLICIA? TAMBÉM SOU! TU É CIVIL! EU SOU MAIS QUE VOCÊ! SOU FEDERAL OUVIU! VOU SOLETRAR! FE-DE-RAAAAL!Copiou meu?
O morador já de saco cheio entra correndo e alertando:
_ Tu é federal né? Perai que vou te mostrar o que eu faço com  os federais! 
Que merda! To ferrado!
Voltou com um facão riscando o chão, feito jagunço de lampião e parou perto do Rambo, que quase se borrando nas calças não saiu do lugar. Só conseguiu falar baixinho e bem mansinho:
_ Perai moço! Pera ai! Não precisa disso não pô! O que que o senhor vai fazer com isso?
_ Vou te responder o que eu faço com os federais! Voce é federal não é?
_ Sou sim senhor!
_ A  loteria tambem é! E sabe o que eu faço com o jogo quando eu não ganho?
O agora Rambito respondeu encolhidinho:
_ Sei não, senhor!
O enfesado morador circulou o Rambo riscando o facão no chão e com um grito aterrorizador respondeu:
_ EU RAAAASGO! EU RAAASGO! EU RASGO ELA E VOCE AO MEIO! PORQUE COMIGO É NA FACAAADA!
Nem precisou mandar correr. O rambo e seus colegas, que até o momento se divertiam, entraram na dança e correram ate cansar.

Polícia federal é!? Vai nessa!!

RAPIDINHAS DE SUCANEIROS

O MENINO BURRALDO

           Dois sucaneiros mata mosquitos, após uma caminhada de quase dois kilometros e sob um sol escaldante de 40 graus, chegam  ao portão de uma residência e avistam a casa no terreno em uma distância absurda e resolvem chamar o morador, ao invés de se arriscarem a entrar e serem mordidos por cachorros.
           Ao longe avistam uma pessoa e começam a gritar:
_ Ho de casa! Moooçaaa! Aloooo! Sucam! Se esguelaram até descobrirem que era em vão.
_ Acho que não vão nos ouvir não amigo! E não tenho forças, porque a garganta esta seca de tanta sede! Falou um quase mudo de tanto gritar.
Resolveram então pegar um pedaço de pau amarrar a bandeirinha que sempre levavam para pôr nos portões e balançar ate que alguem visse. Deu certo.
_ Olha lá! Vem um garoto correndo.
_ Ainda bem.
Após quase três minutos o guri chega bufando,porque a distancia era grande.
_ Fala moço o que é que o senhor quer? Resmungou o guri revoltado pela corrida que deu.
_ Somos mata mosquitos da sucam e queremos fazer o tratamento com inseticida  na sua casa. Falou o guarda.
Respondeu o guri com sotaque bem puchado:
 _ Num posso deixa ôces entra sem primissão da mainha não! Pera só um pouquinho que já vorto.
Antes mesmo que os sucaneiros pudessem detê-lo o foguete mirim sai em disparada.
_ Ho rapaz! Ho rapaz! Volta aqui ho caipira! Muito tarde. Não deu tempo.
_ Caramba cara! Esse guri vai deixar agende esperando mais 10 minutos? Não acredito! Vou morrer nesse sol! Falou o desfalecido.
Consolou o amigo.:
_ Guenta mais um pouquinho! quando ele voltar a gente entra e já termina o expediente nesta casa.
O guri aparece no horizonte correndo mais veloz que antes como se quisesse se livrar daquela missão.
 _ Ate que enfim vem o moleque! Não to aguentando mais!
_ Calma amigo! Calma!
O garoto vem se aproximando: 100 metros, 50 metros, 20 metros, 10 metros 5.4, 3, 2, 1 e responde mais rápido que um relampago sem parar a corrida:
_ Mainha disse que num qué comprá inseticida não! Vorta mês que vem que ela disse que compra!
Virou-se ligeiro e zarpou de volta.
_ Moleque infeliz! Volta aqui seu burraldo! Volta! Vooooolltaaaa.
Quase chorando de tanto calor e sede os sucaneiros voltam não acreditando no que aconteceu..

O SUCANEIRO E O CABÓCLO BEBERRÃO



1995 Mangaratiba/RJ atividade de visita domiciliar.
Quando chegamos ao município fomos hospedados no BRIZOL PÀLACE HOTEL  na praia do saco mais conhecido como CIEP.
            Guardamos as tranqueiras no vestiário  do luxuoso hotel, que também seria nosso quarto coletivo, com camas super confortáveis de concreto, que de dia eram bancos.      Voltamos para rua e ficamos zanzando pela orla, até os alunos hóspedes do dia saírem e deixarem o hotel só pra nós à noite. Que beleza!
Revoltados, os sucaneiros que só querem um motivo para encher a cara e este era um ótimo motivo para isso, encontraram um bar na medida das suas necessidades. Vendia desde fogo paulista à pura cachaça local. Beberam, beberam, beberam até não aguentar mais.
Já tarde da noite, o grupo resolveu voltar e como sempre, trazendo nos ombros o bendido pudim de cachaça que sempre nos deu trabalho.
_ Eu quero morreeeeer! Eu quero morreeeeer! Gritava o ébrio.
_  Cala a boca o escandaloso! Vai acordar os moradores! Repreendeu um amigo.
_  Não me manda calar a boca senão te meto a por... Piiiii.
 Outro amigo brinca:
_Tu não ta aguentando nem um peido e ainda quer brigar?
O bebum busca ajuda:
_Eu não ando sozinho não, ta sabendo? Vou chamar meu protetor.
_Hrum, hrum, misinfio, cê me chamou! Já to aqui! Hum! Hum! Falou uma voz rouca e tenebrosa vindo das cordas vocais do bebum, que curvado, parecia mais um corcunda de Nodre Dame.
Com medo, os amigos largam o cara e como num passe de mágica ele ficou bonzinho da silva com as mãos na cintura dizendo:
_ Quem é que quer maltratar meu cavalo ai?
 Entre risos e medo, sem saber se era sacanagem ou não, a turma para e se questiona:
_ Será que ele ta com o bicho ruim mesmo?
_ HO! meu irmão! Larga de palhaçada e vamos embora! Bronqueou um meio cético.
_Ta falando comigo sem pedir permissão?  Respondeu a entidade dando uma corridinha em direção ao cara. Na dúvida ele também correu para longe.
Risos sem parar, dos outros que assistiam se divertindo.
 O caboclo beberrão olha pra todos ao redor e ordena:
_ Podem ir! Deixa meu cavalo aqui.
_ Sem nenhuma pergunta e com medo, os sucaneiros vão se afastando:
_ Não quero papo com coisa do outro mundo não! Isso dá azar. Falou um sucaneiro medroso saindo pela tangente.
_ E agora? Como vamos fazer esse espírito ir embora pros quinto dos infernos? Falou um amigo do cavalo ébrio.
_ Um espertalhão metido à médium toma a frente:
_ Chá comigo! To acostumado com isso.
Sorrateiramente e com muito jeitinho o metidão começa:
_ Dá licença seu entidade!
_ O que você quer missinfio?  Responde o suposto espírito.
_ Sô da mesma clã e tenho muito respeito pelo senhor seu entidade! Libera o cavalo ai! Ele tem que trabalhar amanha e já é tarde. Libera ai vai!
_ Hruuum! Num sei não misinfio!
A turma que ainda estava no local não se agüentava de tanto rir daquela situação hilária. Chegaram a cair no chão sem forças..
- Libera ai sua entidade! Que te acendo uma vela! Negociou o candidato a pai de santo. -Só vô subi se eles pararem de rir do meu cavalo!
O negociante então dá esporro:
_ Pera ai gente, parem de rir que ele vai liberar! Ta dando certo pô!
_ Então sua entidade! Vai liberar o cavalo agora não vai?
_ Hruuum, num sei não misinfio! Hum! Hum!
Um sucaneiro ateu, muito nervoso, que já havia resolvido problema parecido com o mesmo cara, resolve intervir:
_ Segura a onda do caboclo ai que já volto com a solução.
Em poucos segundos voltou gritando feito louco para sessão do descarrego: _Saaaaaaaaaaaaiiiiii! Sai da frente!
-Slap! pow! tum!, slap!  Só se ouviam onomatopéias.
_ Sai dele agora em nome desse bambu! Sai! Espírito beberrão! SAAAAIII !
Tentaram evitar, mas foi muito rápido!
Alguém exclamou:
_Matou o miserável! Matou!
_Ta doido cara?
_ Não esquenta não, se for espírito ruim não sente dor!
_ Aaaaaaaaaii minhas costas!  Gritou o cavalo.
_ Quem tá ai? Perguntou o exorcista e aspirante a padre quevedo.
Com falta de ar e muita dor, mas agora sóbrio, com muito custo o cavalo responde:
_ Ele já foi! Ele já foi! Para! Ele já foi!
Abalado com a falta de consideração da entidade o bebum reclama:
_Nunca aconteceu isso! Ele sempre ta comigo, mas desta vez ele foi embora, levou minha cachaça e ainda saiu antes de eu levar as pauladas. Ai que dor!
Não tivemos condições de dormir naquela noite dada as circunstancias do ocorrido.
O cavalo?
Dormiu do lado de fora no gramado da escola,  pra ver se aprendia a beber menos.




domingo, 3 de abril de 2011

SUCANEIRO E A PIMENTA NINJA

 1997 Ilha de Itacuruçá. Atividade de visita domiciliar e desinsetização.  

             Ficamos numa casa confortável no meio da mata.  Doze homens e nenhum segredo. Todos sabiam quem era aquela turma estabanada que visitava as casas com aquelas bombas ridículas que mais pareciam máquinas de vender Chá. Sujávamos as paredes das casas e fazíamos dos moradores prisioneiros fora das suas casas, às vezes na sacanagem por horas. Só precisava ficar meia hora longe do inseticida.
_ Meu filho isso ai é pra matar o mosquito? Perguntavam os moradores.
            Alguns sacanas aproveitando da ingenuidade dos pacatos moradores respondiam:
 _ Mata o mosquito e o senhor também! Tem que ficar aqui fora pelo menos 2 horas.       À noite, quando nos reuníamos para jantar, contávamos as maldades para passar o tempo.
             Nosso jantar era arregado no tempero. Parecia um banquete para esfomeados. Costela com batata, angu, farofa, feijão cheio de salgado. Uma miscelânea só! Fome nessa viagem ninguém passou.
            Um insatisfeito dentuço e narigudo que já tinha pagado um mico em Angra, reclama:
_ Esse rango ta muito bom, mas ta faltando pimenta no tempero!
_ Você é maluco cara! Esqueceu que tu tens Hemorróida! Brincou um sacana.
_ Num tenho esse negócio não e como qualquer pimenta que me der!
           
             No dia seguinte arrumamos uma malagueta só pra ver se ele dizia a verdade. Caímos na asneira de experimentar e quase morremos. No dia seguinte um sucaneiro chama:
_ Hô boca de fogo! Tem uma pimentinha pra você. Falou um amigo da onça.
_ Beleza! Agora sim vou comer bem. Na hora do almoço vou mandar ver.
 Não víamos a hora de ver o show.
 No almoço o cara pega o caldo da pimenta curtida e enche o prato.
_Não quero nem ver que merda vai dar! Vou sair daqui. Reclamou um medroso achando que o cara ia morrer. Os outros riam sem parar antes mesmo do dentuço começar a comer.
 _Vocês são tudo otário! Isso aqui deve ta muito fraco!
 _ Hum! Que delícia! Me dá mais! Hum! Saboreava o dentuço.
 Sem acreditar naquilo e decepcionados com a maldade frustrada, o grupo comenta: Que boca é essa meu! Ta anestesiada de tanta cachaça narigudo? Tu não ta sentido arder? _Só um pouco. Parece molho de pimenta!
           
            Saímos para o expediente da tarde sendo sacaneados pelo dentuço.
 _Vocês são tudo uns maricas! Dizer que aquilo é pimenta e brincadeira!
_ Um sucaneiro semente do mal que não gostava de levar desaforo pra casa promete: _Deixa que vou achar uma pimenta que te satisfaça dentuço!
            O sucaneiro semente do mal, comentando com um morador o ocorrido, descobre que o cara tem uma pimenteira no quintal que produz uma espécie de fruto espetacular e pede uma para experimentar. A noite, após todos terem jantado, com exceção do dentuço que ficou enchendo a cara num boteco, fomos apresentados ao maldito fruto da pimenteira. _Pessoal! Chega aqui que vou mostrar um negócio!
 O cara tira da bolsa um fruto estranho que mais parecia uma mistura de pitanga gigante com abóbora moranga.
 _Que merda é essa? Perguntou um curioso.
 _Pimenta malagueta! Peguei na casa de um morador.
_ Se isso for pimenta deve ser a mãe de todas. Nunca vi um troço desse tamanho.
_ O que você vai fazer com isso? Perguntou um guarda.
O semente do mal com olhar de vingança já quase crescendo o chifrinho e o rabo, entre os dentes responde:
_ Vou colocar na comida do dentuço que tirou sarro da nossa cara.
_ Do jeito que o cara é boca de fornalha não vai fazer nem cosquinha! Falou um cético amigo de copo.
           
            O candidato a gárgula do inferno, sorrindo, faz picadinho daquela coisa verde clara e mistura no feijão do prato do dentuço e deixa sobre a mesa até o infeliz voltar da sua cachaçada.
_Vamos ver televisão até ele chegar! Falou sorrindo.
_Você colocou aquilo tudo? Perguntou o amigo de copo do dentuço.
_ Fica quietinho e não fala nada senão também faço tu engolir um pouco ! Esbravejou o possuído.

            O portão da casa se abre e capengando o dentuço entra. Cheio de goró, cheio de fome, cheio de sono e com muita raiva esbraveja:
 _Vocês estão de Alemanha comigo! Cadê minha comida? Ta tudo limpo aqui na cozinha!
 Alguém responde:
_ Já lavamos a louça, mas deixamos teu prato preparado em cima do armário.
_ Ha ! Então ta bom!
_ E a pimentinha? Perguntou debochadamente.
_ Ta todinha no teu prato boca mardita! Respondeu o concorrente a cramunhão.
A turma, apreensiva pelo resultado, se olha e se questiona:
_ Será que ele vai aguentar?
De repente na cozinha...
Copos caindo no chão, esbarrões no fogão, socos no armário, mas nenhuma voz se ouvia. Todos na sala ao lado não tinham idéia do que ocorria com o infeliz.
Alguém então pergunta:
 _ E ai dentuço! Ta boa a comidinha?
 Uma cabeça humana feito tocha de fogo surge na sala. Mãos no pescoço, olhos esbugalhados, respiração ofegante, boca aberta cheia de comida. Parecia um filme de terror.
_Meu Deus! Meu Deus! O cara vai morrer! Gritou um desesperado.
_ Olha o que você fez Maldito ? Esbravejou o amigo de copo se referindo ao causador daquilo tudo.
_Dá água pra ele! Dá água pra ele! 
_ Não dá! Ele ta entupido de comida!
 Derrepente, como um balão de gás que chega a saturação, o dentuço explode de raiva, fazendo chover em nós todo conteúdo de comida da sua boca:
 _Seus F$$$#&@*&¨%$#¨da %¨$#@%& quem é o maldito que quer me matar? . Água! Água!Pelo amor de Deus, água! Eram 3 horas da manhã e ninguém conseguiu dormir por causa da adrenalina que tomou conta de nós. O narigudo? Não quis nunca mais saber de comer prato feito. Ilário !!!!!